MUDARMO-NOS PARA MUDAR O MUNDO

Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, ensinava Mahatma Gandhi (1896-1948), líder do movimento pela independência da &Ia

Coluna Notícias da Diocese por Dom Reginaldo Andrietta em 20 de agosto, 2021 12h08m
Jean Ferreira, Estudante de Teologia e Seminarista da Diocese de Jales
Jean Ferreira, Estudante de Teologia e Seminarista da Diocese de Jales

Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo, ensinava Mahatma Gandhi (1896-1948), líder do movimento pela independência da Índia, praticante do ensinamento de Jesus sobre “dar a outra face”(cf. Lc 6,29), ou seja, não recorrer à violência ou pisar nos outros para conseguir seus objetivos.

Assim, podemos entender que culpar outras pessoas pelos nossos problemas é um grande desperdício de tempo. Quando fazemos isso não aprendemos nada, não crescemos e não amadurecemos. Dessa forma não melhoramos o que queremos.

Diante os sofrimentos enfrentados na vida, basicamente, existem  dois pontos fundamentais que nós podemos tomar: Alguns não assumem suas responsabilidades, outros se perguntam o que podem fazer de diferente para mudar o que desejam.

O filme “História de um Casamento”, de 2019, mostra a história de um casal à beira da separação. Ambos estão infelizes, machucados e zangados. De um lado, o marido lembra das coisas falhas de sua mulher. De outro lado, a esposa descreve todas as vezes que seu marido a desapontou e os motivos pelos quais ela não pode mais viver com ele. Cada um possui uma longa lista de mudanças necessárias para o outro. Suas perspectivas para a reconciliação são improváveis, até que eles aprendem e assumem que o outro não é o problema.

Essa história mostra que, mais do que mudar outras pessoas, devemos nos mudar a nós mesmos. Isso é difícil e requer  humildade, coragem e empenho. Embora pareça mais fácil e  gratificante para nossos desejos egoístas, culpar  os outros, devemos reconhecer as carências que temos.

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Todos nós temos a chance de tornar nossas vidas melhores. Talvez devamos nos perguntar se aproveitamos as boas oportunidades, se estamos de fato dando atenção ao que nos está sendo dito, se estamos falando o que precisa ser dito com sinceridade e respeito, se estamos fazendo o nosso melhor no trabalho ou na escola, ou seja, se estamos “colocando a nossa casa em ordem”, pois é nela que começa a recuperação dos valores que servem ao bem de todos.

Por isso é importante desenvolvermos o autoconhecimento e pararmos de fazer aquilo que corrói nossos relacionamentos, bem como prestarmos atenção se estamos  adiando a resolução de nossos problemas. Devemos desenvolver sempre um diálogo com a nossa própria consciência e perceber o que estamos fazendo de errado, para corrigir imediatamente.

Ao invés de criarmos problemas a nós mesmos, às nossas famílias e à sociedade, podemos ser uma força positiva, de confiança e termos a sabedoria para encarar a vida com seus desafios, nos tornando lúcidos o suficiente para compreender que Deus não nos dá o que queremos, mas sempre o que precisamos. Um exemplo disso é a multidão que buscava Jesus pelo pão multiplicado, mas aprende dele o valor da partilha. Quando se partilha há abundância para todos (cf. Mc 6,34-44).

Portanto, o melhor jeito de mudarmos o mundo é começarmos com pequenas mudanças cotidianas em nós mesmos e nossos relacionamentos  e tornando-nos sempre mais solidários.

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