
O mês de maio é marcado pelas diversas manifestações de devoção a Nossa Senhora. Seja na liturgia ou na piedade popular, o povo cristão demonstra seu afeto à Mãe de Deus de diferentes maneiras. Neste Ano Jubilar, vale a pena meditarmos na figura de Maria como modelo para que todos nós sejamos peregrinos de esperança.
Maria Santíssima, desde o princípio de sua vida, soube viver a alegria da espera. Como membro do povo eleito, aguardava confiante o Messias prometido pelos profetas. Já plena do Espírito Santo e trazendo no ventre o Salvador, partiu apressadamente para levar esperança a Isabel. Tendo nascido o Salvador, testemunha, diante dos humildes pastores e dos magos do Oriente, a concretização da esperança da salvação.
Parte como peregrina, junto a Jesus e José, para o Egito, fugindo do tirano Herodes, que promovia a desesperança da morte e da violência. No retorno, encontra em Nazaré a esperança de sobrevivência em meio à pobreza de sua terra, testemunhando, assim, a predileção de Deus pelos pobres e humildes. Diante da cruz de Jesus, permanece de pé, sabe encontrar a esperança mesmo nas maiores dificuldades, consciente das consequências do projeto divino que ela abraçou sem reservas. Acolhe, como mãe, toda a comunidade cristã na figura do discípulo amado.
Permanece em oração junto aos discípulos, mantendo viva a chama da esperança na comunidade primitiva. Com a vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, testemunha a manifestação da Igreja para todos os povos e vê concretizada a esperança da salvação operada por Cristo e dirigida a todas as nações.
Nos nossos dias, são muitos os motivos que nos levam a perder a esperança: guerras, violências, doenças, desigualdade social e tantos outros problemas aos quais estamos sujeitos. Nesse contexto, o Ano Jubilar vem renovar o nosso ânimo, recordando nossa condição de “Peregrinos de Esperança”. Em meio às diversas contrariedades do nosso mundo, somos convocados a manifestar que “a esperança não decepciona” (Rm 5,5). Isso porque a esperança cristã não é um otimismo infundado, mas uma realidade concreta e possível: “Jesus Cristo é nossa esperança” (1Tm 1,1).
Peçamos a Maria Santíssima o seu auxílio, para que, nos caminhos difíceis desta vida, possamos contar com sua materna intercessão e irradiar a esperança cristã a todos os homens e mulheres de nossa sociedade, conscientes de que, por meio da Ressurreição de Cristo, fomos renascidos para uma “viva esperança” (1Pd 1,3)
Fernandópolis, 22 de maio de 2025.
Vinícius Santos dos Reis
Seminarista do 4º ano de Teologia
Paróquia Santa Rita de Cássia de Fernandópol