Setembro Amarelo – “Pensar em suicídio é normal?”

O mês de setembro está chegando, e com ele tem início a Campanha Mundial de Prevenção ao Suicídio “Sete

Coluna DICA por em 03 de setembro, 2021 17h09m
Aline Alves Fulconi – Psicóloga do CAPS I de Jales
Aline Alves Fulconi – Psicóloga do CAPS I de Jales

O mês de setembro está chegando, e com ele tem início a Campanha Mundial de Prevenção ao Suicídio “Setembro Amarelo”. Essa campanha visa a prevenção do suicídio, pois a cada ano que passa os números vem aumentando significativamente.

Em 2019, foram mais de 700 mil pessoas que morreram por suicídio, principalmente na faixa etária dos 15 aos 29 anos, sendo a quarta causa de morte. No Brasil acontecem em média mais de 1 suicídio por hora, contabilizando 26 por dia, num total de mais de 9.000 pessoas por ano.

E porque isso acontece? Porque as pessoas pensam em suicídio? Hoje temos de tudo, tecnologia, acesso à informação, acesso aos bens materiais, não entendo o que acontece! Esse é um dos questionamentos que normalmente as pessoas me fazem.

Bom, para começar a responder esse questionamento, eu faço a seguinte pergunta: Será que realmente temos tudo? Será que hoje os pais têm dado carinho, amor e atenção suficiente para os seus filhos? Ou será que eles estão preocupados em ganhar dinheiro para sustentar a família, com as dívidas, preocupados com a crise, com a situação política do país, com a contaminação da covid-19, com a posição social, com a vida que fulano ou ciclano postam no Instagram, Facebook, etc, e assim se perdem nessa comparação virtual, e esquecem da realidade?

Com isso, os filhos, principalmente os adolescentes, que já estão passando por uma fase complicada e difícil de assimilar, se isolam, se fecham ainda mais em seu mundo, ou melhor em seu quarto, e encontram na internet e redes sociais um refúgio, para tentar suprir as carências.

No entanto, essas carências não são supridas, e assim vai surgindo um sentimento de vazio, de tristeza, angústia, uma dor inexplicável, e a vida vai perdendo o significado e o único caminho que começa a fazer sentido é o suicídio.

E convenhamos, todos nós podemos pensar em desistir da vida em algum momento, afinal, existem dias em que estamos cansados, sobrecarregados e realmente queremos um tempo. No entanto, se esse pensamento ficar constante, e não conseguir afastá-los, a pessoa começa a ver o suicídio como uma saída, e se isso acontecer, é um sinal de que a pessoa precisa de acolhimento, ajuda e compreensão.

Estar com raiva, alcoolizado, se sentindo só ou mesmo muito cansado afeta a maneira como percebemos a vida. Em alguns momentos é preciso dar uma pausa, descansar, se alimentar, recuperar e depois prosseguir.

Publicidade

Quando não conseguimos entender e nomear os sentimentos e estamos muito tristes ou em depressão, ficamos mais vulneráveis aos pensamentos e comportamentos autodestrutivos.

Os comportamentos autodestrutivos não se resumem aos comportamentos suicidas, a prática de atividades e desafios violentos com alto risco à vida e as automutilações também são indicativos de que algo não vai bem.

O pensamento suicida pode aparecer quando você sentir que o sofrimento é: INSUPORTÁVEL, ou seja, você não aguenta mais; INESCAPÁVEL, isto é, você não vê outras saídas e INTERMINÁVEL, você acha que não vai acabar nunca.

Algumas pessoas procuram disfarçar seus sentimentos quando estão tristes ou preocupadas. Às vezes elas não querem causar mais problemas na vida dos que elas mais amam e preferem sofrer sozinhas, se isolam e tentam dar conta de seus sentimentos e angústias sem compartilhar nada com ninguém. Às vezes elas acham que todos estão felizes, menos ela ou se preocupam com julgamentos e opiniões.

É bom lembrar que nem sempre esses sinais são claros e fáceis de perceber. Além disso, não é vergonha alguma não estar bem. Isso não é um sinal de fraqueza, mas de que você pode estar enfrentando uma situação muito difícil e precisa de ajuda.

Se você está passando por um momento difícil e está pensando em desistir da sua vida, ou conhece alguém assim, entre em contato com o CAPS pelo telefone (17) 3621 – 4811 ou pelo Whatsapp (17) 99633-0471. Nós podemos te ajudar!

Publicidade

Notícias relacionadas


Publicidade

Enquete

Você é a favor da reforma da previdência?


Redes sociais

Colunistas