
O número de casos prováveis de dengue no estado de São Paulo caiu de 1.585.709, no ano passado, para pouco mais de 721.519 mil, este ano, apontam os dados do Ministério da Saúde até a 19ª Semana Epidemiológica — de janeiro a 10 de maio. A quantidade de óbitos também caiu: de 1.590 para 607.
No entanto, a redução dos casos de dengue não é motivo para que gestores, agentes de saúde e a população paulista baixem a guarda no enfrentamento ao aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e de outras arboviroses.
O secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Fabiano Geraldo Pimenta Junior, lembra que o enfrentamento efetivo às arboviroses depende do trabalho conjunto do poder público e da população.
“Que numa ação sinérgica, apoiados pelo Ministério da Saúde, estados e municípios, nós possamos garantir a continuidade das ações de orientação da população, mantendo a ação dos agentes, visitando as casas, avaliando se tem criadouros potenciais do mosquito aedes aegypti, para que quando retornarem as chuvas e outras condições mais favoráveis à transmissão da doença, nós tenhamos baixa infestação e, portanto, menor possibilidade de ocorrência de epidemias”, diz.
Mapa da dengue em São Paulo
De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, São Paulo lidera o ranking nacional de incidência de casos prováveis de dengue, com 1.569,4 casos prováveis a cada 100 mil habitantes, e de casos graves e com sinais de alarme, com 13.413 registros.
Não à toa, é o estado que tem o maior número de municípios-alvo das novas ações de enfrentamento à dengue adotadas pelo Ministério da Saúde. Dos 312 municípios brasileiros escolhidos pela pasta, 114 estão em São Paulo.
O Ministério da Saúde decidiu ampliar as ações prioritárias de enfrentamento à dengue para 312 municípios brasileiros porque essas localidades registram alta transmissão da doença ou número de casos em ascensão.
Atendimento precoce
O Ministério da Saúde lembra que a dengue tem como principais sintomas febre alta — entre 39º C e 40º C —, dores de cabeça e/ou atrás dos olhos; dor nas articulações; manchas vermelhas na pele; além de moleza e enjoo.
Ao sentir algum desses sintomas, procure uma unidade de saúde imediatamente e evite possíveis internações. O tratamento precoce é fundamental para evitar que a doença se agrave ou leve à morte.
"Começou a sentir febre, dor no corpo, dor nas articulações, conhecendo também se no seu ambiente de trabalho ou na sua vizinhança está ocorrendo dengue ou chikungunya, procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) para uma primeira avaliação. Ir à UBS resolve até 90% dos casos”, afirma Fabiano Geraldo Pimenta Junior.
Fique atento! Dor intensa na barriga vômitos persistentes, sangramento no nariz ou gengiva, tontura e cansaço são sinais de alarme da dengue.
Pessoas com dengue grave, por sua vez, costumam apresentar sangramento intenso, queda de pressão e desmaio, dificuldade para respirar, confusão mental, agitação e desorientação. Caso sinta algum desses sintomas, o Ministério da Saúde adverte: Procure uma Unidade de Saúde imediatamente.
Hidratação
Fabiano explica que uma das principais características das arboviroses, como é o caso da dengue, é o extravasamento do plasma do sangue, ou seja, que sai dos vasos em direção aos tecidos, o que pode levar a uma série de outras complicações. Por isso, manter-se hidratado também ajuda na recuperação e previne casos graves da doença.
A quantidade de água e outros líquidos a ser ingerida vai variar de pessoa para pessoa, e depende de orientação médica, explica o secretário, mas o que não muda é a necessidade de hidratação constante.
Automedicação
Não tomar remédio por conta própria é outra dica importante das autoridades de saúde para as pessoas que estiverem com sintomas de dengue. Tomar remédio por conta própria, pode, na verdade, atrapalhar a recuperação do paciente, levando a complicações que teriam sido evitadas com a simples orientação de um profissional de saúde.
“Uma pessoa que está com dengue e faz uso, por exemplo, de ácido acetilsalicílico, que muitas pessoas tomam para o tratamento de doenças cardíacas, e aumenta a ingestão desse medicamento, pode propiciar, por exemplo, hemorragias, que é um dos fatores relacionados à dengue. A automedicação tem que ser evitada”, orienta Fabiano Geraldo.
Alerta contínuo
No ano passado, o Brasil registrou 6,6 milhões casos suspeitos de dengue, 6.239 óbitos confirmados e 455 em investigação. Entre as principais causas para o avanço da doença estavam anormalidades nos padrões de temperatura e chuvas, decorrentes dos impactos do fenômeno climático El Niño e da ação humana sobre o meio ambiente, aponta o Ministério da Saúde. Além do Brasil, diversos países, especialmente das Américas, viram o número de casos subir.
Nos dois primeiros meses de 2025, o número de casos no país caiu quase 72%, frente ao mesmo período do ano passado. Embora isso demonstre que as medidas de enfrentamento adotadas pelas autoridades de saúde federais, estaduais e municipais surtiram efeito, o Ministério da Saúde alerta que é necessário dar continuidade às medidas de enfrentamento à doença.
Fonte: Brasil 61